30 de setembro de 2007

Para a menina Pâmela...

(... ainda não escrevi a SUA música, mas sinta-se abraçada nesses versos)

Tanta gente
caminhos entrecortados
colcha de retalhos:
bolo e cafezinho para diálogos socialmente planejados.
Você em minha vida, eu dançando na sua:
caminhos entrecruzados feito laços de cadarços.
Eu sei que vou te amar
Eu sei
Mesmo que pelo breve segundo daquele bom dia
que nem lembro mais!
Mas deve ter sido provavelmente um dia quente,
e você chegou e me falou oi e sorriu e disse que dia quente! e eu disse:

quediaquenteseráquevaichover?
Vou te amar
Porque sorriu com o canto do lábio,
- olhos doídos de olhar
de tanta lindisse dentro do teu olho -
Você me pegou, guardou, morou em mim,

Te vi crescer: raízes fortes.
Você me viu chorar, morrer ... e nascer.
Te vi afagos demais, linda demais, humana demais!
(Só posso te amar)
Por cada sonho adolescente dividido
nos telefonemas das tardes escolares infinitas
Por cada gelinho compartilhado
Sei que vou te amar...
Mergulhadas no amor, brigas-de-não-brigar
Amizades, diálogos intermináveis
- Às vezes soltos -
nossos passos tímidos nesse tango torto e desengonçado
Engraçado!
Esses espaços
Você enrolada no meu abraço
Segurando a caneta dessa história em quadrinhos pós-moderna
Eu aconchegada nos seus sonhos, agarrada nos seus remédios-conselhos
adormecida no seu colo eternamente.
Serei sempre aquela menina que riu quando você derrubou danone
- E se sujou toda -
Que sempre foi bobona e defendida por sua voz
Tão necessitada que você arrume a bolsa
salvando-me da minha bagunça “arrumada”
Você sempre será minha defensora
Humor ácido

Ouvidos disponíveis
Seu 0,01 por cento de inteligência superior
Fortaleza com algodão-doce,

mulher desenhada com o próprio céu:
Você sempre será a inspiração para minha vida.
E eu te amo.

- E sei que vou te amar
por toda minha vida.

25 de setembro de 2007

Seção Especial 1

. . cartas . .


Papai Noel, se está aí, em algum lugar bem bonito e iluminado e se puder me ouvir, eu gostaria de agradecer por estar viva. Por acordar essa amanhã com um passarinho que cantava tão alto e tão alegre que me fez abrir a janela inteirinha (faz tempo que eu não abria).
Por favor, lhe peço que me ajude a ser menos dura com as pessoas. Que eu possa aceitar seus defeitos e que acredite que elas aceitarão os meus. Que consiga dizer tudo que sinto, mesmo que doa e machuque, e não fuja achando que serei incompreendida. Ajuda-me a aceitar o amor do meu próximo sem medo, porque o amor só constrói e nem todos são maus nesse mundo. Que possa ser menos rígida nos julgamentos e não cobre das pessoas mais do que elas podem oferecer.
E depois de pedir tanto e de tanto pedir, ainda vem o maior. Abençoe minha família, meus amigos, meus vizinhos, aquele senhor que me deu lugar no ônibus hoje, a tia da biblioteca que sempre fala “bom dia”, as crianças do estágio, o cachorro que mora aqui na rua e fica latindo e balançando o rabinho toda vez que eu passo. Abençoa também quem estiver precisando. E quem não estiver.
Se um dia ler essa carta, apesar de dizerem tanto aqui na faculdade que o senhor não existe, espero que esteja de bom humor e possa me atender. Em troca prometo ser uma boa menina o ano que vem inteirinho. Bom, pelo menos até junho/julho eu garanto.

Um beijo Papai Noel.


25/12/2006


P.S. Envia os presentes na Rua da Magia, País da Sonholândia, o mais rápido que puder
!
Seção especial 2


. . cartas . .

Se ainda aparecer por aqui Pedro, deixo meu coração. Espero que não venha tão cedo, pois verá meus sentimentos tão claramente que me envergonharei. Espera a poeira cobrir esses versos, espera.
Esse não é dos finais mais felizes, mas será assim: versos, poeira de vento e fim.
Não estou triste, nem feliz. Só uma saudade que está se espalhando pela minha casa. Como se o dia terminasse antes do combinado e a noite fosse mais poética do que o necessário.
Aí me pego pensando... Princesas não existem, nem castelos, nem contos-de-fada, no entanto posso garantir que amor verdadeiro existe. Eu sei porque sinto. E sinto, porque, não sei...
Tivemos um filho que não nasceu. Um beijo que se transformou em pássaro e voou de mim. Eu te amei de uma forma que nem pensei existir. E existe... E você é meio mágico para mim, feito o arco-íris que me intrigava na infância, ou lagarta listrada que se remexia na árvore depois da chuva...

Um beijo com a paz que encontro nos seus olhos.

23 de setembro de 2007

- Para a menina-boneca-fadinha-princesa:

Tem uma amiguinha
Tem uma amiguinha de cabelos negros e compriiiidos me dando a mão através da janela
Tem uma amiguinha
Ela me chamou pra brincar
A minha amiguinha é linda
Ela chamou e nem perguntou quem eu era
e eu fui

e me fez feliz.
Eu quero dar meu coração todo enfeitado
Nas mãozinhas dela
Quero soltar minhas amarras bobas dentro dos olhos dela
Porque me chamou pra brincar
Porque é linda!

Porque sempre esperei sua amizade dentro da casinha amarela!
Ah!
Seus cabelos são negros feito os olhos do gatinho da vizinha
Assim iguaizinhos!
- ela nem sabe disso -
mas vou dizer que tem cabelos-engatinhados!
e agora eu amo bem muito o gatinho de olhos negros que mora láááá no cabelo dela...


~s2~


=^.^=
MiIaAuUu. . .

22 de setembro de 2007

Não sentir medo.
Dor? Solidão?

“Você não tem problemas Pri, sua vida é tão fácil.”
"Você fala tão bem."
"Ah, você tem tempo."
" Ah, que besteira, Pri! Esquece isso! É loucura."
"Troca de roupa, muda esse cabelo... Abraaa beeem a booocaaa ao conversaaar!"
" Senta direito, menina!"

Não sinto Saudade.
Nenhuma dor de barriga, ou choro no quarto em noites escuras de morte...
Não me apaixono por caras errados. Aliás, nunca amei, são "paixonites agudas, frescura, bobeira"
Nunca precisei de companhia. Isso só acontece com os outros.

Não sentir medo?
(...)
Cansei.

Receber ordens em minha vida, em minhas escolhas.
Exausta por não ser adequada, educada, bem-comportada!
Pagar caro por cada sonho colorido, cada passo atravessado. Tropeços e quedas também são meus! Só eu que não posso errar?
Furam meu balão e dizem:
- Bom humor inapropriado! Errado! Errado!
Minhas piadas tortas num mundo que parece me querer triste.
E quando mais preciso...
- "Tenho que desligar, tenho que ir, não tenho tempo!"

Pegarei o primeiro barco, fugirei para primeira ilha deserta, só minha. Asas e vôo e ares distantes! Sim, egoisticamente só!
Aqui, com vocês, antes de mim cada ser humano dessa terra. Minha felicidade é demais. É do avesso.
Então, decidi correr pra longe. Não SER sozinha, mas ESTAR sozinha.

- E tem que ser AGORA.

14 de setembro de 2007

Oi vó... queria comer seus biscoitos ontem. Não, você não estava aqui, o mundo moderno cada vez mais nos enche de afazeres inúteis e nos afasta de quem amamos.
Sabe vó, desde aquele tempo, aquele no qual brincava no seu quintal e quando você fazia os bolos das minhas festinhas, desde aquele tempo não mudei tanto assim. Queria que você soubesse que continuo aquela menina chorona e medrosa. Continuo com as mãos sujas, as calças dobradas até os joelhos e corro como no seu quintal, mas agora, sem objetivos definidos. Antes queria a bola, ver o pássaro na árvore, fazer comidinhas debaixo da mangueira. Antes corria do bicho papão, da injeção, no pega-pega... Agora corro nem sei pra onde! Corro da solidão talvez.
Também continuo cabeça-dura desde aquela época. Lembra quando as coisas não eram como eu queria e fazia bico? Pois é, ainda faço... Mas agora a manha não é mais ouvida, nem o cabelo afagado por suas mãos macias e sábias. Agora faço manha e continuo só.
Estou perdendo o brilho nos cabelos, minhas mãozinhas, antes tão inofensivas, já não são mais assim. Percebi que posso matar o amor, ferir, quebrar. Antes quebrava seus vasos, mexia no doce inacabado. Agora, minha vozinha... agora eu quebro pessoas.
Envio essa carta para saber da sua neta tão querida, tão amada. Envio para saber-se tão querida e tão amada também, mesmo que nunca tenha dito. Um dia largo tudo aqui na “cidade grande” e corro pro seu colo, ôôô se corro. Preciso do seu perdão na forma de conselhos, preciso do seu amor na forma de doce-de-leite em pedaços.

-tão despedaçado feito meu coração.

13 de setembro de 2007

É assim:
Uma hora triste
fria, distante, cruel
Um monstro.
(não quero ninguém,não quero nem eu)

Outra hora é assim:
Feliz, exageradamente feliz
Muito exageradamente feliz, completamente fora dos padrões normais de felicidade!
.dia azul, pássaros cantando, bolo de chocolate, pessoas -muitas pessoas -, amigos, risada, dança, festa.
- É bom ficar ao seu lado, Pri! Você é incrível...
-Pri, como te adoro! Te amo! Você é legal assim sempre?
-Não! - eu digo.

Uma hora triste.
Uma hora feliz.
Uma hora triste.
Uma hora feliz.

- Existe uma linha com a qual foram divididos o fundo do poço e a vida irritantemente cor-de-rosa, fico em qualquer lugar, menos em cima dela! - eu digo de novo.

(...)
A.I.: Ahn... Cê quer um café?

Eu: Não gosto de café. Serve um psiquiatra, sem açúcar, por favor.
Estou tentando te esquecer um pouquinho só...Tirar você, suas malas, seu cantinho do meu coração. Tô tentando mudar o lugar dentro de mim.
Talvez não se incomode de morar em um rim, na unha do dedo mindinho, dentro do céu da minha boca. No meu coração não há espaço, não há tempo! Mas não se preocupe... Você sempre será meu damo de baile, independente do lugar onde morar.
Esse carinho que sinto é tão forte que não consigo expulsá-lo simplesmente. Só posso remanejar o local, enganar os ponteiros do relógio... Às vezes me pego inventando até desculpas para disfarçar seu lado nem tão mágico assim...
O baile que nunca dançamos verdadeiramente, já dancei noites e noites e você estava comigo, só não sabia. Naquelas noites que acordou sem lembrar do sonho era comigo que estava (...) era nos meus sonhos que rodopiávamos quando fechava meus olhos.

Até o baile acabar e acordar sozinha novamente.


p.s.: eu ainda te amo.

- Acalma o coração menina!!! Há tantas formas de amor - diz o sábio. Há tantas formas, não é mesmo?
Sempre, desde criança, quis ser a borboleta.
Sofri por isso.
Idealizei, fugi, cortei meus dias até sangrar.
Sempre quis suas asas brilhantes, seu jeito delicado, aquelas cores todas!
Eu nunca virei borboleta.

(a diferença é que aprendi amar a lagarta - estranha - que vive no meu jardim)

9 de setembro de 2007


Era uma vez um carneiro que sempre quis ser sozinho.
Mas na verdade queria muito ser junto. Sempre quis.
Mas de tanto falar que queria ser sozinho
ele mesmo acreditou.
Todos acreditaram.
Só que num dia muito cinza
choveu o céu inteirinho.
Choveu as lágrimas do carneiro
As lágrimas da nuvem.
E as lágrimas de quem ouviu essa história...
Choveu todos os rios
Lagos
Lagoas do mundo!
Com sapo e tudo!
E o carneiro ficou sem nenhuma cabaninha naquele mundaréu d'água...
Desde então, a escritora dessa fábula-pós-moderna não sabe se arranja uma cabana para seu carneiro
ou se arranja uma para ela...

5 de setembro de 2007



Doutor, uma dor... uma dor...
Onde dói? Cabeça? Braços?
Dói minha vida inteira...
O verdadeiro amor deixa partir.
Deixa livre.
Sabe esperar.
Contenta-se com o que o amado pode oferecer.

Blá, blá, blá...

- Ah! Prefiro amores paraguaios de cinco minutos (...)
Sim, ultimamente estou tomada por uma descrença-mostruosa-e-feia. Necessito testemunhos! Contem, lhes imploro! Falem que amor verdadeiro é o que ficará no fim... Falem assim: Priiiiiiiiiiiiii, vai valer!Vai valer! Continua. Continua menina! Nada de comprar amor em lojinhas, isso não pode resultar em algo bom. Amor embalado pra viagem? Baratinho assim?

- Melhor um segundo verdadeiro, que uma vida inteira em vão.

Vou fazer uma força toda gigante pra acreditar em vocês.
Prometo.


(longa -triste- pausa poética...)

3 de setembro de 2007

{Um pré.s.: Esse texto foi escrito no dia 24 de agosto. Foi quando o Chuck, meu melhor amigo amicíssimo, me deu um lençol todo risonho... Aí eu fui pra casa no ônibus pensando no que poderia fazer com tão lindo presente. E foi assim...}

Com seu presente posso fazer uma cabaninha para os carneiros que você me deu quando começar a chover. Uma cortina em dias cinzas para tudo ser sempre colorido. Jogar para o alto, vendo-o rodopiar no ar... Dormir abraçada (lembrando as curvas dos desenhos tão parecidas com o arco-íris dos seus olhos). Tapete voador do senhor Aladin, ou manto da bela Princesa? Voltar para os anos 70, Janis Joplin, desenhos psicodélicos... Quando cansar, me enrolar nele e desaparecer! Na cintura, um vestido de festa. No pescoço, capa de super-herói japonês! Ou botar na cabeça, como turbante do mágico, do muçulmano ou da senhora que vai à feira fazer compras e escolhe delicadamente cada legume. Forrado no chão: piquenique. Na árvore: bandeira. Rede de descanso nos dias amarelos. Amarrado permite escalar a alta janela da Rapunzel (que agora aderiu à moda do cabelo curto e repicado). Esperança nos dias esverdeados. Esticado no varal lembra nuvens se mexendo com o vento (zumm, zummm, zummmm). Cobertor para nenéns recém-nascidos. Cobertor para crianças crescidas também.

Ah!... tantas utilidade num só presente!
Tanto amor numa só pessoa.
Tanta amizade numa só vida.

:)
(te amo)

{pós.s.: E nesse dia eu tive certeza que o maior presente que ele poderia me dar era... ele! Simples assim.}