Eu sei como falar
Porque pego sapiência com a minha criança
E digo minhas pequenezas de ser gente.
Importância das coisas humanas nem sei se tem,
Mas ela não importa se é necessária.
Ela existe e pronto
E existindo, diz.
Às vezes, me acorda
Puxando o cabelo:
- Precisa ser agora? - manifesto.
Urgência é para criança.
Eu chamo poema, ela chama brinquedo.
Faz festinha quando canto no delírio dela.
Quando estou triste, pra morrer,
A menina inverte e canta pra mim:
Desconfio que me batizou na infância.