19 de novembro de 2017
Avoante
Portanto, libertarei suas asas,
Porque você é a coisa mais linda da vida
E precisa ir.
Porque você canta desafinado e doce
Feito uma pombinha assustada.
Porque se aninhava em meu peito como se eu pudesse protegê-la de qualquer coisa.
Não posso.
O mundo te quebrará em pedaços, pequena,
Como fez comigo.
Esse poema é testemunho da partida:
Quem sabe um dia você pousa na minha janela.
14 de novembro de 2017
Voz
Depois de você, perdi as palavras.
Não escrevi nos papéis soltos pelos cantos do quarto,
Não rabisquei no diário dentro da mochila,
Evitei a agenda velha na escrivaninha da sala,
Nunca mais usei o caderno da segunda gaveta,
Nem as infinitas páginas do Word, a minha disposição.
Nada de bloco de notas, nem blog, nem nada.
Depois de você, perdi as palavras
E foram elas que me encontraram, devastada.
Hoje, escrevi nos papéis.
Rabisquei o diário.
Abracei a agenda.
Desenhei no caderno.
Escrevi palavrões (impublicáveis) no Word, que continua a minha disposição.
Escrevo esse poema no bloco de notas minutos antes de publicá-lo,
Porque agora estou aqui.
Depois de você encontrei minha voz perdida.
Não escrevi nos papéis soltos pelos cantos do quarto,
Não rabisquei no diário dentro da mochila,
Evitei a agenda velha na escrivaninha da sala,
Nunca mais usei o caderno da segunda gaveta,
Nem as infinitas páginas do Word, a minha disposição.
Nada de bloco de notas, nem blog, nem nada.
Depois de você, perdi as palavras
E foram elas que me encontraram, devastada.
Hoje, escrevi nos papéis.
Rabisquei o diário.
Abracei a agenda.
Desenhei no caderno.
Escrevi palavrões (impublicáveis) no Word, que continua a minha disposição.
Escrevo esse poema no bloco de notas minutos antes de publicá-lo,
Porque agora estou aqui.
Depois de você encontrei minha voz perdida.
10 de setembro de 2017
8 de setembro de 2017
7 de setembro de 2017
2 de setembro de 2017
1 de setembro de 2017
29 de agosto de 2017
28 de agosto de 2017
27 de agosto de 2017
26 de agosto de 2017
25 de agosto de 2017
24 de agosto de 2017
23 de agosto de 2017
20 de agosto de 2017
Tododia
Na estrada,
A caminho do trabalho,
Existe um moinho
Um trilho de trem
E um rio.
Se isso não for meio mágico,
eu não sei mais o que é.
A caminho do trabalho,
Existe um moinho
Um trilho de trem
E um rio.
Se isso não for meio mágico,
eu não sei mais o que é.
15 de agosto de 2017
A valsa
A morte encostou os calcanhares nos meus.
Quando ela realmente chegar
Estarei pronta?
A morte roçou os ombros nos meus.
Vou tirá-la pra dançar.
Quando ela realmente chegar
Estarei pronta?
A morte roçou os ombros nos meus.
Vou tirá-la pra dançar.
13 de agosto de 2017
Quebranto
Estão tentando matar
Aquilo de mais bonito em mim.
Contudo,
Sairei um dia,
Batom vermelho,
Pra dançar o fim do mundo.
Aquilo de mais bonito em mim.
Contudo,
Sairei um dia,
Batom vermelho,
Pra dançar o fim do mundo.
11 de agosto de 2017
28 de julho de 2017
Para o menino d’água.
Foi dolorido demais ver sua outra face afundando todo encantamento. Submarino meu,visitou o obscuro da sua persona pra dizer: “Flutua em direção à luz? Porque as trevas te roubam pra longe de mim. Daí, se no 'the end' a gente ficar, no vaivém líquido dessa existência,
- Cê me ensina nadar?"
Nesse acontecimento terra e água repleto de abundancias, nosso riso fertilizará o mundo.
Agora é hora: cuida das minhas conchinhas e cuidado pra não quebrar tudo outra vez (você vai quebrar tudo outra vez, não vai?);
Eu te amo – incrivelmente - mesmo assim.
Eu te amo – incrivelmente - mesmo assim.
25 de abril de 2017
Posologia
Nos dias mais desesperados
Tenho sempre algum momento
Breve que seja
Pra de-desesperar um
pouco.
Overdose de felicidade mata.
Normalmente ela é pequenos comprimidos,
de oito em oito horas.
29 de janeiro de 2017
Território desconhecido
Às vezes me pego querendo
Que seu amor seja feito o meu,
Mas amo dentro de um corpo feminino
Produzido em 1986.
Nós nunca estaremos do mesmo lado da ponte.
Resta enviar cartas, um ao outro,
- Como está o tempo aí?
Para tentar descrever o indescritível.
Você mora num corpo masculino de 1983,
Território desconhecido.
Gostaria imensamente que minhas mensagens chegassem,
Seja lá qual for o endereço do seu coração.
16 de janeiro de 2017
Barco de papel
Quando criança inventava as falas das pessoas na cabeça,
Mas nunca respondiam o que imaginei.
Quer saber?
Tudo bem essa mania controladora
Que sempre dá errado.
Tudo bem o universo inverter as coisas
Obrigando-me improvisar todo dia.
Sigo mapas,
Preciso atracar por aí, de vez em quando,
Seja meu porto seguro.
E se não for, paciência.
Navegar é preciso, viver jamais será.
14 de janeiro de 2017
Não contém
Tenho alguns pedaços soltos
Nos bolsos
Alguns versos inúteis
Nas mangas
Você se assustaria coma água do fundo do poço
Do meu poço?
Que me esforço todo (santo) dia para limpar
Enquanto terríveis pensamentos tentam turvá-la.
Em um mundo árido, me dou liberdade pra ser líquida.
Sou seu risco iminente de emborcação.
11 de janeiro de 2017
Las Moiras
Quando a luz cai,
Três mulheres me atravessam.
São bocas, cabelos e mãos
Movendo suas teias sobre mim.
Quando a realidade é previsível demais,
Elas desenham meu ponto de virada
A noite toda.
Mulheres aracnídeos são sempre surpreendentes.
Podem bordar sua vida toda,
Podem desfazê-la em um segundo.
Por isso madrugadas são traiçoeiras.
Quando amanhece, já não sabemos mais nada,
Nada está onde deixamos.
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