20 de janeiro de 2013

19 de janeiro de 2013

Dois?


Me diz dentro dos ouvidos
aquela frase que abençoa toda minha trajetória.
Aquela palavra específica naquele momento certo
para acalmar meus instintos
E racionalizar meus medos.
Só você, com sonhos brancos, bonitos, brilhantes,
pode  apertar os meus numa aura carinhosa.
Eu te acompanho
por ruas eternas antes que o dia amanheça
ou a gente anoiteça.
Não gosto de seguir, prefiro conduzir,
mas nesse caso, apenas nesse,
posso botar os braços no seu pescoço pra variar um pouco.
E dançar sob a luz dos seus olhos
até a realidade permitir nós dois.

Quando rabisco universos inteiros nas paredes do mundo
estou fugindo da realidade,
das perguntas complexas,
do redemoinho dos seus olhos.

- Fugir ainda faz parte dos meus fracassos pessoais.

18 de janeiro de 2013

Sobre asas.

Dentro de mim mora uma menina
Tanto assustada
Tanto indecisa
Com pezinhos nas nuvens
E raízes nos cabelos.
Dentro de mim tem a intuição do torto e direito
E no meu útero pulsam instintos primitivos
De tempos remotos
Que me conectam à Terra.
Eu não ouvia essa menina.
Amarrava seus tornozelos e cortava seu comprimento.
Quantas vezes morreu, sem nunca me maldizer.
Mas hoje ela me ameigou por dentro transformando pedras em flor.
Hoje ela me olha bem fundo, pedindo: “Abra os braços!”
Que será meu guia
Onde eu for.
E nada vai destruir um amor assim tão bonito, entre nós.
Ela é minha menina, que eu aprendi a amar
Ela é meu estandarte, porta bandeira, o que for!
Que não calo mais.
Calar pássaros é coisa de homem, nasci para escancarar gaiolas.
E sinalizar o céu.

1 de janeiro de 2013

27


Em breve, aniversariante outra vez,
Notarão uma ruguinha que não existia
Ou uma mania ranzinza que o tempo moldou.
Mas os mais chegados sabem
Do sorriso cada dia mais esparramado,
Dos olhos brilhantes em qualquer fotografia.
E foi isso que esses anos me trouxeram.
Essa beleza tão extasiante que não consigo mais disfarçar.
Escondi por tempo demais...
Contudo, hoje, considero egoísmo não dividir essa dádiva com o mundo.
Tudo faz tanto sentido que tenho medo de entender o criador,
Sendo mera criatura.
Mas se existe Deus, em algum lugar no espaço/tempo,
Como acredito que exista,
Eu queria olhar nos olhos dele e dizer que faz sentido.
Tudo faz sentido pra mim.
Aceito tudo aquilo que um dia questionei
Porque vislumbrei a perfeição das coisas
E chorei por horas seguidas
Sem poder explicar.
Eu sei, sou tão pequena, tão pequena...
Mas preciso agradecer a grandiosidade dessa rede invisível que me sustenta no Universo.
Não sei se consigo expressar a felicidade que me constitui nesse minuto infinito,
Então eu fecho os olhos  (...)
para finalmente sentir a paz que tanto procurei em mim.
Não tenho o futuro,
Sinto as rédeas na palma da mão,
Desejando, profundamente, que elas sejam guiadas com a sabedoria
superior que iluminou cada fresta do meu peito,
até me fazer enxergar.

- Esse poema é a prece guardada que nunca consegui dizer.