30 de outubro de 2009
25 de outubro de 2009
21 de outubro de 2009
A lista
Ah!
Como ia ser bonito a gente...
Eu aprendia cozinhar,
tirava a bicicleta do quartinho.
Como ia ser bom.
Perdia essa cisma de animais domésticos, por você.
Minha grosseria.
Uma ou outra mania, talvez.
Era uma lista de promessas debaixo do meu travesseiro.
Umas cinquenta páginas, com letra miúda!
É que o amor desperta essas vontades absurdas
na gente.
E a gente quebra a cara,
mas sempre refaz a lista.
Como ia ser bonito a gente...
Eu aprendia cozinhar,
tirava a bicicleta do quartinho.
Como ia ser bom.
Perdia essa cisma de animais domésticos, por você.
Minha grosseria.
Uma ou outra mania, talvez.
Era uma lista de promessas debaixo do meu travesseiro.
Umas cinquenta páginas, com letra miúda!
É que o amor desperta essas vontades absurdas
na gente.
E a gente quebra a cara,
mas sempre refaz a lista.
17 de outubro de 2009
A beleza do ofício
Trabalho para aprender,
porque as crianças vão comigo.
Elas perdoam minha visão turva sobre a vida,
e tem paciência com meus defeitos.
Tenho o melhor emprego do mundo,
mas nunca contei a ninguém:
ganho para ver humanos crescerem,
assim, bem perto.
Esse é o milagre mais bonito dessa Terra.
Carrego minha voz e meu colo.
Eles são suficientes.
Por isso, sou habituada a tantos mimos infantis
e tornei-me carinhosa até com as pedras.
Nunca fui nada.
Nunca tive nada.
Hoje sou jardim inteiro,
pois elas plantam o melhor em mim,
dividindo, pacientemente, o mistério das coisas.
porque as crianças vão comigo.
Elas perdoam minha visão turva sobre a vida,
e tem paciência com meus defeitos.
Tenho o melhor emprego do mundo,
mas nunca contei a ninguém:
ganho para ver humanos crescerem,
assim, bem perto.
Esse é o milagre mais bonito dessa Terra.
Carrego minha voz e meu colo.
Eles são suficientes.
Por isso, sou habituada a tantos mimos infantis
e tornei-me carinhosa até com as pedras.
Nunca fui nada.
Nunca tive nada.
Hoje sou jardim inteiro,
pois elas plantam o melhor em mim,
dividindo, pacientemente, o mistério das coisas.
13 de outubro de 2009
12 de outubro de 2009
Nada não.
Ela era minha menina, só minha.
Não é mais não.
Eu queria ela bem perto,
ela fugia.
Meus carinhos sem medida
machucavam até a mim.
Eu fazia tudo sonho,
ela vinha e desfazia.
Coitadinha da menina,
não sabia, não sabia.
Desenhava ela no ar,
arrumava o vestidinho.
Ela sofria.
Eu criei o céu perfeito,
porém não foi direito obrigá-la a morar lá.
Quando olhei, estava só.
Só podia ser assim.
Não morreu, não brigamos, nada não.
E era melhor se fosse tudo.
Não é mais não.
Eu queria ela bem perto,
ela fugia.
Meus carinhos sem medida
machucavam até a mim.
Eu fazia tudo sonho,
ela vinha e desfazia.
Coitadinha da menina,
não sabia, não sabia.
Desenhava ela no ar,
arrumava o vestidinho.
Ela sofria.
Eu criei o céu perfeito,
porém não foi direito obrigá-la a morar lá.
Quando olhei, estava só.
Só podia ser assim.
Não morreu, não brigamos, nada não.
E era melhor se fosse tudo.
8 de outubro de 2009
Toda tarde toda
Quando me perguntam como estou
já não abro despudoramente as janelas.
Explicar minhas voltas é em vão.
Devido à insistência, eu peco.
Invento romances, proposta de casório e a esperança de muitos muitos filhos,
(ou prometo perder vida em trabalho aborrecido).
Tenho curva,
perdoem as linhas retas.
Existem poucos mortais interessantes
para dialogar nas tardes vazias.
E também nas tardes cheias.
já não abro despudoramente as janelas.
Explicar minhas voltas é em vão.
Devido à insistência, eu peco.
Invento romances, proposta de casório e a esperança de muitos muitos filhos,
(ou prometo perder vida em trabalho aborrecido).
Tenho curva,
perdoem as linhas retas.
Existem poucos mortais interessantes
para dialogar nas tardes vazias.
E também nas tardes cheias.
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