7 de setembro de 2014
Ciranda
Eu preciso, de tempos em tempos, pegar na mão das pessoas.
Pode chamar de carência, que seja!
Estar junto é algo que me remete a pureza das rodas infantis.
- A infância sempre será um lugar pra se voltar a dois.
6 de setembro de 2014
Líquida
Não existe beleza na minha escrita.
Venho de um passado tímido
Com contornos acabrunhados.
“A letra que quase some em si mesma.”
O mundo gravou muitos ruídos no meu corpo
E eu engoli.
Mas aí, numa madrugada qualquer de setembro,
Eles resolveram sair em jorros
Pra molhar os lençóis brancos, bonitos, brilhantes
Da minha cama.
Molhar os lençóis aos vinte e oito anos com um jorro bestial podia ser motivo de vergonha.
Mas eu sinto que desfazer-me líquida é uma questão de recomeço:
- A letra que quase some em si mesma - não cabe mais no espaço burocrático de duas linhas.
Venho de um passado tímido
Com contornos acabrunhados.
“A letra que quase some em si mesma.”
O mundo gravou muitos ruídos no meu corpo
E eu engoli.
Mas aí, numa madrugada qualquer de setembro,
Eles resolveram sair em jorros
Pra molhar os lençóis brancos, bonitos, brilhantes
Da minha cama.
Molhar os lençóis aos vinte e oito anos com um jorro bestial podia ser motivo de vergonha.
Mas eu sinto que desfazer-me líquida é uma questão de recomeço:
- A letra que quase some em si mesma - não cabe mais no espaço burocrático de duas linhas.
Só zinha.
A madrugada é silêncio.
É dela minhas melhores ideias
E toda minha solidão.
Ela ridiculariza minha vida
Em cabides de exposição
(o rei está nu!).
Faz da rima
Um esconderijo
De versos livres
Que essa hora,
acordariam tudo.
Estragariam tudo.
O silêncio é lei.
Então eu rimo baixinho.
Eu sou escuridão.
A escuridão é madrugada.
A madrugada sou eu.
E onde está você
- pra segurar a minha mão?
É dela minhas melhores ideias
E toda minha solidão.
Ela ridiculariza minha vida
Em cabides de exposição
(o rei está nu!).
Faz da rima
Um esconderijo
De versos livres
Que essa hora,
acordariam tudo.
Estragariam tudo.
O silêncio é lei.
Então eu rimo baixinho.
Eu sou escuridão.
A escuridão é madrugada.
A madrugada sou eu.
E onde está você
- pra segurar a minha mão?
23 de agosto de 2014
Fêmea
Aí você quer escrever
(Ou precisa)
Porque fica assustada com tanta coisa explodindo no seu útero
Você não entende suas recaídas amorosas
As paixões platônicas por pessoas impossíveis
Das carências excessivas
Atrás da sua aparente independência feminina
Engole suas fragilidades
Porque odeia despedidas.
Você não entende mais nada.
É um labirinto sujo de palavras
Que ninguém percorre.
Por que oferece paredes?
O que sobra é o vazio inútil entre os corredores do mito
Sob um sol que não se perde
Sobre você que está perdida.
(Ou precisa)
Porque fica assustada com tanta coisa explodindo no seu útero
Você não entende suas recaídas amorosas
As paixões platônicas por pessoas impossíveis
Das carências excessivas
Atrás da sua aparente independência feminina
Engole suas fragilidades
Porque odeia despedidas.
Você não entende mais nada.
É um labirinto sujo de palavras
Que ninguém percorre.
Por que oferece paredes?
O que sobra é o vazio inútil entre os corredores do mito
Sob um sol que não se perde
Sobre você que está perdida.
19 de maio de 2014
13 de maio de 2014
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