Não existe beleza na minha escrita.
Venho de um passado tímido
Com contornos acabrunhados.
“A letra que quase some em si mesma.”
O mundo gravou muitos ruídos no meu corpo
E eu engoli.
Mas aí, numa madrugada qualquer de setembro,
Eles resolveram sair em jorros
Pra molhar os lençóis brancos, bonitos, brilhantes
Da minha cama.
Molhar os lençóis aos vinte e oito anos com um jorro bestial podia ser motivo de vergonha.
Mas eu sinto que desfazer-me líquida é uma questão de recomeço:
- A letra que quase some em si mesma - não cabe mais no espaço burocrático de duas linhas.
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