25 de abril de 2008

Saindo para poder voltar...

Estou deixando o blog para as moscas e as aranhas. Para os leitores e para o Godofredo.
Por favor, olhem esse cantinho para mim por um tempo. Como no título já disse, estou saindo para poder voltar. Compromissos da faculdade. Burocracia nada poética, mas necessária.
Abraços a todos.
Os recados respondei assim que retornar.


Abraços da menina, da mulher...
Da garotinha frágil dentro das minhas mãos.



Priscila Machado

23 de abril de 2008

As gotas de sangue pintaram a água quente.
Pela primeira vez (desafiando as feministas de plantão),
pela primeira vez olhei o sangue vermelho, agressivo,
como um filho que não volta mais.

Raízes estranhas
perfuram a estrutura dos meus vinte e dois anos.

22 de abril de 2008

11 de abril de 2008


- aos Pequeninos.

Eles me olham nos olhos
todo dia.
Todo dia eu olho
nos olhos deles.
Data, oração, apostila.
Recreio.
Mais apostila...
E no meio todos os sonhos que puder encaixar.

Flores nas pontas dos dedos.
Guache, pincel.
Margem.
Sulfite explodindo chuva branca
pelas frestas dos armários.
Pó de giz nevando
faz-de-conta no verão.
Todos os compassos do mundo
arredondando (ainda mais) os planetas.
Letras escorrem
 oceanos inteiros:
   “onde moram as sereias?”
- Sim! E as estrelas-do-mar!
Leitura em voz alta
"Para a velhinha da última cadeira imaginária escutar”
- Pode me ouviiiir?
Ela sempre sorri e nós sorrimos com ela...

Gelatina sexta-feira depois da lição.
Amarela. Rosa. Verde.
Verde. Rosa. Amarela.
"Arco-íris de pintar estômago!"
(...)
Final de semana;
E eu aqui, doída de saudade.


     Ser professora é quando seu amor foge do peito
para dentro dos cadernos.

6 de abril de 2008

- Sabe Pri, seu blog não tem ninguém. É sempre um festival de poeira e teias, gatos preguiçosos dormindo debaixo da cama.
- Prevejo uma crítica construtiva.
- É, pois então... Quem sabe se você parecesse assim mais sorridente, sabe? Escrevesse alguns versos com sorrisos e florzinhas; mudasse a cor de fundo: muito escuro. A prova são os livros de auto-ajuda que vendem as pencas.
- Godofredo, no próximo post leilôo você.
- Ninguém vai comprar.
- Eu sei.
- Hunf...Você sabe deprimir as pessoas.
Finais de semana são produtivos para um projeto de escritora mal sucedido.
As idéias surgem como as graminhas no canto da parede cimentada.
Crescem no seco.
Tudo que ando plantando nesses dias todos
Estão, incrivelmente, sobrevivendo no seco.
Sinto falta da paixão adolescente pela qual morreria.
Mesmo que fosse mentirinha.
Sinto falta da escola
Como podem rostos vazios deixarem tantas sombras?
Tempos áureos:
- na época mais social das minhas pernas.