17 de setembro de 2019

Sobre banners e fichas que caem de repente

Cena: loja de departamento. 
Eu com uma mochila gigante nas costas, saindo, duas pessoas entrando na tal loja, recuo rapidamente para esquerda, mais pra não ser atropelada, menos por gentileza. A bolsa bate no cavalete que cai estrondosamente com o banner da coleção primavera-verão. 
Silêncio. 
Agacho desajeitada e roxa de vergonha. Um mocinho uniformizado vem solícito. Entro em modo automático: 
- Moço, desculpa, eu sou um DESASTRE. 
Ele se agacha pra ajudar: - Imagina, moça! 
Mas penso, numa fração de segundo e conserto: 
- Não. Não sou um desastre. Tô tentando fazer o melhor que eu posso. 
Silêncio. 
Ele sorri estranho, me achando louca da cabeça e possivelmente uma pessoa violenta. Saí saltitante com minha resposta. Levou tempo para conseguir dizê-la. 
Autoestima também se constrói em lojas de departamento. 

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