Como nos instantes antes da queda
Que transcorrem em câmera lenta,
Nessa semana
Abracei a morte como fim próximo
E soltei os braços
E as pernas
O corpo mergulhado num riso histérico
Porque se nada ia durar mesmo, decidi rir da tragédia.
Gargalhei em profundo desespero.
Vi pessoas pedirem acalento, não dei,
Nunca estive tão miserável.
Mulher, professora, filha, amiga, qual desses papéis sobrou para amanhecer meu dia?
Tem semanas nas quais nada acontece.
E teve essa semana
E tiveram pessoas tão quebradas quanto eu juntando o que sobrou comigo:
Re -xistindo.
Tenho o privilégio de escrever sobre essas memórias.
Muitos se foram sem escrever uma linha sequer.
Tenho a minha voz.
Escutem a minha voz.
Porque amanhã o sol nasce, enxugo o rosto e caminho.
Enquanto houver ar.
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