Cena: loja de departamento.
Eu com uma mochila gigante nas costas, saindo, duas pessoas entrando na tal loja, recuo rapidamente para esquerda, mais pra não ser atropelada, menos por gentileza. A bolsa bate no cavalete que cai estrondosamente com o banner da coleção primavera-verão.
Silêncio.
Agacho desajeitada e roxa de vergonha. Um mocinho uniformizado vem solícito. Entro em modo automático:
- Moço, desculpa, eu sou um DESASTRE.
Ele se agacha pra ajudar:
- Imagina, moça!
Mas penso, numa fração de segundo e conserto:
- Não. Não sou um desastre. Tô tentando fazer o melhor que eu posso.
Silêncio.
Ele sorri estranho, me achando louca da cabeça e possivelmente uma pessoa violenta. Saí saltitante com minha resposta. Levou tempo para conseguir dizê-la.
Autoestima também se constrói em lojas de departamento.
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