Sai de trás desse muro e vem me ver.
Eu solto as armas
e compro um livro pra você.
Leio debaixo da árvore seu poema favorito milhões de vezes
até a gente se gastar.
Daí você me desenha no teu esboço
pra começar nossa história.
Se as editoras não gostarem de nós,
não tem medo não!
Grafo a gente na árvore
até que um machado
solte nossas letras no espaço.
Mas aí, um distraído apanhador de borboletas, há de nos
juntar um dia.
E colocar na sua coleção rara
que vai para o museu da cidade.
Os casais vão ler nossas asas,
as velhinhas vão suspirar,
e os homens de terno, discretamente,
tirarão fotos
para ninar seus filhos.
Sai de trás desse muro que essa mentira eu inventei só pra
trazer você pra mim.
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