23 de agosto de 2014

Fêmea

Aí você quer escrever 
(Ou precisa) 
Porque fica assustada com tanta coisa explodindo no seu útero 
Você não entende suas recaídas amorosas 
As paixões platônicas por pessoas impossíveis 
Das carências excessivas 
Atrás da sua aparente independência feminina 
Engole suas fragilidades 
Porque odeia despedidas. 
Você não entende mais nada. 
É um labirinto sujo de palavras 
Que ninguém percorre.
Por que oferece paredes? 

O que sobra é o vazio inútil entre os corredores do mito 
Sob um sol que não se perde 
Sobre você que está perdida.